(ao som de Ronda Sampa, com Raphael Rabello e Paulo Moura)
A gente não muda nada.
O que muda é a vida. De repente, o coração também, mas só quando a gente não quer mais mudar, quando se distrai.
Será que a gente não muda mesmo nada?
Tantos artifícios criados –ou descobertos, recitados, escritos, compostos –tantas facetas, sempre pra purgar a dor, pra dar matéria pra transformação. A gente chora a dor do amor, a dor da solidão... “Vai, menino, e desconta logo tudo no coração, coitado!” A taquicardia amorosa, que faz doer na garganta, eh a mesma taquicardia da ansiedade, do medo do novo, da decepção consigo mesmo (que é muito pior do que com atitudes alheias).
A mesma taquicardia, sempre.
A música pra chorar.
A poesia pra verbalizar.
A poesia pra verbalizar.
E, de repente, quando a gente se distrai, como se nada tivesse acontecido, a vida trata de voltar pro lugar.
Os processos são os mesmos, sempre.
Somos maquininhas de sentimento! E no teu amor, ou no dele, não tem nada de pioneirismo, não. Todo mundo vive a mesma coisa.
“E não me venha dizer que não entendo a tua dor! Também tenho calos, ora bolas!”
Os processos são os mesmos, sempre.
Somos maquininhas de sentimento! E no teu amor, ou no dele, não tem nada de pioneirismo, não. Todo mundo vive a mesma coisa.
“E não me venha dizer que não entendo a tua dor! Também tenho calos, ora bolas!”
A história dos relacionamentos amorosos deveria evoluir como a história dos avanços tecnológicos. O conhecimento amoroso não é, como costuma dizer o meu pai, “cumulativo, tchê!”
A lei da gravidade só foi descoberta uma vez, enquanto a dor do amor exige que cada um de nós chore no banho, e depois na cama, no carro, no copo de whisky... Até que, enfim, aprenda a primeira regra do jogo; a de que aquele que faz mal simplesmente não vale a pena, por exemplo.
Seres humanos: Não correm risco de extinção, pois são melhores que bichos, plantas; morrem, mas ressuscitam. E, se não ressuscitam, vão pro céu... E continuam vivendo.
Somos um hospício a céu aberto, meu deus! E o hospício, o pobre coitado do hospício, é o espelho da sociedade, da nossa podridão, dos nossos proconceitos.
Somos um hospício a céu aberto, meu deus! E o hospício, o pobre coitado do hospício, é o espelho da sociedade, da nossa podridão, dos nossos proconceitos.
Pra gente não morrer de culpa tem que culpar alguém, não é mesmo?
“Pois com licença, Senhora... Mas, me permita enlouquecer de amor (à vida)?”
Por Anita Petry
Por Anita Petry
2 comentários:
É amiga, quando a gente se distrai, a vida volta pro lugar. Quando estamos no olho do furacão (chorando a dor do amor) parece que a vida não passa. Mas passa. Mais rápido do que a gente pode perceber. E não avisa. Algumas vezes a gente continua sofrendo por algo que já se foi e ninguém lembrou de nos avisar.
Mas aí é que entra a música - com seu poder de fazer chorar. Ainda bem que a música existe. Assim a gente pode botar a culpa nela quando quiser se debulhar em lágrimas e não souber o porquê. "Ai, que música triste..."
A função primordial da música é essa: fazer chorar. Ou sorrir, aí depende do seu estado de espírito.
"Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)."
Chaplin.
E, como todas as outras coisas criadas pelos homens, a música é carregada de subjetividade. Assim como a dor, que é de cada um. Não existe uma dor maior do que a outra. Cada um com a sua. E (sou partidária dessa idéia) estamos aqui pra sofrer, tropeçar, cair e levantar.
"Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei."
Chaplin.
Que sentido teria a vida se não fossem os tombos e as reviravoltas?
São nesses momentos que a gente mais aprende. E tem que reaprender toda vez. Claro que de vez em quando nós assimilamos a lição no primeiro tombo. Mas isso é raro. O bacana é cair várias vezes e levantar de novo. Como um bebê aprendendo a andar, somos nós aprendendo a viver.
"Viva! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito" pra ser insignificante."
Chaplin.
Mas, vá lá. Amiga, faz o seguinte: se for por amor à vida, enlouquece logo. A loucura é privilégio de poucos. E você pode.
Mas vivi, e ainda vivo! Não passo pela vida… E você também não deveria passar!"
Chaplin.
Te amo muito, amiga louca!
Viva a crise - só assim ela passa.
Deixar fluir, sabe?
"Foi um rio que passou em minha vida, e meu coração se deixou levar"
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