quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Uma Pessoa Conquistável




(Esse texto foi escrito dia 16 de Abril enquanto me hospedava na casa da Mila, no Rio, numa suposta visita de apenas uma semana. É claro que a semana acabou virando um mês inteirinho maravilhoso que nos rendeu saudades imensas do que não foi vivido ainda e até planos de moradia definitiva!)

Fui ao supermercado e comprei só o essencial

[pois é verdade: a grana está curta].

Voltei pra casa e esperei os eletricistas instalarem o apartamento

[pois é verdade: onde absolutamente nada funciona, tudo (se deus quiser) entrará na normalidade].

A Mila foi pra faculdade e eu fui cozinhar o jantar. Tomei banho. Fumei um cigarro (que merda. eu sei) e fui a um CyberCafé estabelecer contato com o mundo, embora eu me sinta bem no centro dele.

Resolvi ir ao cinema. É, não tinha nada pra fazer e a Mila não sairia da faculdade até as 10 e 30.

Escolhido o filme, O CHEIRO DO RALO, e escolhido o cinema, a CASA DE CULTURA LAURA ALVIM, tratei de bater pernas pra chegar a tempo. Fácil, fácil.

Sensação de vitória; cheguei uma hora antes da sessão e meus conhecimentos sobre Ipanema não me decepcionaram.

Comprei o ingresso pagando meia entrada graças à bondade (ou ingenuidade) da moça que cedeu porque eu era de fora, apesar de não possuir o comprovante de frequência.

"Aqui no Rio, todo mundo tenta enganar a gente usando carteirinhas que não valem..." A minha, é claro, se encaixava na categoria da falcatrua citada.

Matando o tempo que faltava, caminhei um monte pela beira da praia silenciosa, tomando uma água de coco e... PÁ! Me apaixonei pela cidade.

Pessoas, turistas, varandas.

A cidade me conquistou.

"Como sou conquistável, meu deus!" eu pensava. Foi só eu me distrair que a cidade maravilhosa me beijou.

Não sei se foi só a cidade ou aquela Ipanema noturna.

Acho que foi o supermercado, a Mila na faculdade, o cheiro de alho do jantar, o disco do Caetano na barraca de coco, o calçadão, o cara ao lado falando francês, as varandas à beira-mar... Acho que foi o cinema que eu esperava pequena diante de tudo aquilo ou o medo desse mundo gigante paradoxalmente enredado na minha ânsia de abraçá-lo. Sozinha.


Por Anita Petry

4 comentários:

Cá com meus botões disse...

Sinto falta das noites de textos profundos... De leituras intensas e chorosas... Da Desiré...

Antônio Padilha disse...

Acho que somos todos conquistáveis. Alguns o são sempre, para outros tem toda uma questão de timing..

Bom final de semana para vcs. Podem descansar, se for o caso, pois no próximo não vou deixar! =)

DAUGHTER NATURE disse...

Lindona, eu me lembro desse texto, dessa época... Que saudades! Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil...

... disse...

Oi, Amiga linda!

Estou a caminho da cidade mnaravilhosa amanhã! Engraçado entrar aqui e ler algo tão bonito sobre a minha paixão eterna! Muita saudade você! Quando vem? Alias vc vem? Ando com tantas coisas para te contar! Seria tão bom passar o nosso sonhado carnaval juntas, coladas, na cidade do samba! Enfim, fico por aqui, esperando noticias, sinais de fumaças de cigarros e suas palavras belas lá no meu blogger!

Te amo

Paty Lú