terça-feira, 28 de outubro de 2008

Me agarrando às fotos felizes...



Ai, que saco essa poesia meio prosa! Essa poesia chata!
Esses meus textos todos parecidos, todos tentando purgar alguma coisa de dentro de mim.

Isso é falta de talento, abilidade, criatividade, sagacidade... E vocabulário!
Queria dizer algo simples. Usei quatro palavras diferentes e não consegui dizer o que queria!

Tô triste. E isso não é bonito, nem tem sido agente transformador de nada. Não quero que essa tristeza seja transformada em nada além do que ela é. Talvez eu não saiba explicar (que merda esse meu português!), mas meu travesseiro sabe muito bem.
Tenho me repensado, é claro. Mas tenho pensado mais sobre ir ao Brasil! Sobre deixar a tristeza aqui e saltar leve pra dentro do avião! A gente sempre idealiza o que não tem.

Tento entender a situação, mas quero mesmo é que o cara me ame e a outra se afogue!

Ai, como eu sou chata.
Como essas palavrinhas que eu escrevo tem me irritado.

E porque é que eu sempre escrevo como "as coisas tem me deixado"??

Eu sou eu e todo mundo que lê esse blog me conhece.
Cada um me vê de um jeito, é claro (e nenhum é o jeito como me vejo), mas não preciso ficar aqui justificando os processos do coração!
Não gosto de sofrer. Não gosto de me sentir impontente.

Mas tô triste.

E como diria Adoniran Barbosa: "A tristeza é um bicho que parueta sozinho. E como rói a bandida. Parece rato em queijo parmesão."




Anita Petry

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Que montanha-russa, meu deus!!


Às vezes a gente se maltrata, se esquece, se ignora. Às vezes se cuida como vidro e uma palavra dita errada (ainda que por aquelas vozes que a gente tem na cabeça) parece fatal.
Tudo deve ser cuidadoso, como se tivéssemos dois meses de vida e nem o ar entrando e saindo das narinas fosse óbvio, ou simples.

Eu estou assim agora. Pareço uma louca e a cada passo, cada imagem que me aparece na cabeça, eu penso: peraí, isso faz eu me sentir bem? Ou isso dói? É isso que eu quero mesmo, ou estou impondo sobre mim? Isso é bom de verdade ou estou ignorando a dor?

É uma maluquice meio estranha, é claro, até porque ela só existe quando algo inevitavelmente ruim me põe frágil assim, medrosa. Mas a delícia desse processo, intensamente doloroso e angustiante (pois há tal controvérsia!), é o cuidado consigo mesmo. Não importa se no Manual da Mulher Moderna diz “quando ele faz X, você responde Y, fica magoada e sente raiva.” Eu ignoro isso e tudo o mais antes publicado. (E veja a importância da palavra escrita, pois cá estou eu a publicar agora! Só pra ter certeza de que essa idéia existe em algum lugar for de mim.)

A regra, pra mim e neste momento, é: eu quero, preciso me sentir bem e decidi, sei lá como, que faria isso escutando as vozes de dentro da minha cabeça brigarem umas com as outras. Escuto as brigas e analiso meticulosamente como o meu coração reage a cada uma, a cada palavra, a cada imagem que me vem à cabeça, cada lembrança, até a intensidade do ar invadindo as narinas! Se é bom, paro no meio da rua, onde for, e me agarro àquele momento, como uma meditação que dura apenas 10 ou 20 segundos; toda a minha concentração focada naquela cor que me fez sentir bem, no jeito de caminhar, na minha risada falsa que mexeu um músculo específico e fez o coração relaxar por um momento.

A vida ainda é a mesma, as dores entonteantes, mas acordar e me lembrar de ter sonhado com uma fruta (fruta do conde) me abriu os olhos com água na boca, e eu me lembrei da dor só depois de fazer xixi e lavar o rosto!

Os passinhos pequenos me irritam, mas a tristeza me faz ver cada passinho como um baita passão!

Vê, na semana passada eu repetia pra mim mesma, Eu quero morrer, eu quero morrer. Agora, ao reler o texto, pensei, …Que drama, Anita.

Mas esse cuidado tem mesmo sido necessário. Ai, e dá preguiça de sofrer, viu...


Por Anita Petry

domingo, 5 de outubro de 2008

Saudades desse espaço...


Saudades de criar. Saudades de inspiração.

Saudades de que então? De dor latente… embriaguez doída… nó na garganta?

É verdade. Tenho chorado certas dores, enviado muitos e-mails, pensado com toda a calma que me é possível sobre as coisas que poderiam ser melhor.

Tenho vontade de viver uma história que se foi pra longe e talvez seja cômodo pensar que não há nada que eu possa fazer. Todo o meu amor está claro e só depende da “história” agora resolver voltar pra mim.

Ah, como ouço música bonita, sonho acordada, danço deitada.

Vou seguir meu impulso interior (coisas de ator?) e ler Salomé, de Oscar Wilde, texto de amor intenso, gigante, mágico, e doente.



Por Anita Petry