quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Que montanha-russa, meu deus!!


Às vezes a gente se maltrata, se esquece, se ignora. Às vezes se cuida como vidro e uma palavra dita errada (ainda que por aquelas vozes que a gente tem na cabeça) parece fatal.
Tudo deve ser cuidadoso, como se tivéssemos dois meses de vida e nem o ar entrando e saindo das narinas fosse óbvio, ou simples.

Eu estou assim agora. Pareço uma louca e a cada passo, cada imagem que me aparece na cabeça, eu penso: peraí, isso faz eu me sentir bem? Ou isso dói? É isso que eu quero mesmo, ou estou impondo sobre mim? Isso é bom de verdade ou estou ignorando a dor?

É uma maluquice meio estranha, é claro, até porque ela só existe quando algo inevitavelmente ruim me põe frágil assim, medrosa. Mas a delícia desse processo, intensamente doloroso e angustiante (pois há tal controvérsia!), é o cuidado consigo mesmo. Não importa se no Manual da Mulher Moderna diz “quando ele faz X, você responde Y, fica magoada e sente raiva.” Eu ignoro isso e tudo o mais antes publicado. (E veja a importância da palavra escrita, pois cá estou eu a publicar agora! Só pra ter certeza de que essa idéia existe em algum lugar for de mim.)

A regra, pra mim e neste momento, é: eu quero, preciso me sentir bem e decidi, sei lá como, que faria isso escutando as vozes de dentro da minha cabeça brigarem umas com as outras. Escuto as brigas e analiso meticulosamente como o meu coração reage a cada uma, a cada palavra, a cada imagem que me vem à cabeça, cada lembrança, até a intensidade do ar invadindo as narinas! Se é bom, paro no meio da rua, onde for, e me agarro àquele momento, como uma meditação que dura apenas 10 ou 20 segundos; toda a minha concentração focada naquela cor que me fez sentir bem, no jeito de caminhar, na minha risada falsa que mexeu um músculo específico e fez o coração relaxar por um momento.

A vida ainda é a mesma, as dores entonteantes, mas acordar e me lembrar de ter sonhado com uma fruta (fruta do conde) me abriu os olhos com água na boca, e eu me lembrei da dor só depois de fazer xixi e lavar o rosto!

Os passinhos pequenos me irritam, mas a tristeza me faz ver cada passinho como um baita passão!

Vê, na semana passada eu repetia pra mim mesma, Eu quero morrer, eu quero morrer. Agora, ao reler o texto, pensei, …Que drama, Anita.

Mas esse cuidado tem mesmo sido necessário. Ai, e dá preguiça de sofrer, viu...


Por Anita Petry

4 comentários:

DAUGHTER NATURE disse...

Só pra dizer que amei o texto e que amo você. E que sei lá também.

Eta.

. disse...

Ai, que preguica de sofrer!
Mas as vezes a gente ta sendo menos preguicosa que nossa cabeca looooooouuuuucaaaaa fantasia.
Ca esta voce a nos explicar direitinho isso.
Ca esta voce a levantar a bunda e sair batendo porta quando e isso que mais quer fazer!
Viva!!!

. disse...

PS: adorei o texto.
(e a palavrinha da verificacao de palavras aqui dos comentarios e "compor"... *tan-da-ran-ran*)
hehe

Cacá disse...

É.. "a gente não está com a bunda exposta na janela pra passar mão nela!"

Essa música me dá uma energia tão boa, que fiquei com vontade de passar para você...

vou ser repetitiva mas... Amei o texto...

Te amo também, mais ainda!
Beijinhos,
Cacá