quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

palavras saídas da cabeça de alguém.


Chegando ao caixa, na saída da livraria, a mulher, enxerida simpática, disse: "Você tem uma cara boa... Cara de escritor!"

Ele respondeu: "Eu sou escritor."

Mas não era. Era apenas um leitor assíduo de coisas estranhas, de peças teatrais. Mas também não era ator, nem diretor.

Era só amante das artes, das criações humanas. Mas também não era antropólogo.

Tinha uma amiga antropóloga, pensara, já se questionando a respeito da linha de pensamento incomum que seguia.

"Calma, ela só perguntou se você era escritor!"
Ah, ele falava sozinho. Tinha longas e profundas conversas com si mesmo, os muitos de si.
Mas também não era louco!

Acho na verdade que ele não era ninguém. Amava as coisas, muitas, palpáveis ou não.

"Complicada essa história de ter que ser alguma coisa específica..." continuou.

3 comentários:

DAUGHTER NATURE disse...

Também acho complicado essa história de ter que ser algo...

Aliás, somos tantas coisas... depende do momento. Tem horas em que sou menina, tem outras em que sou amiga, filha, mulher, vizinha, professora, estudante, jornalista, estrangeira, bonita, feia, grosseira, divertida, bebum...

Tenho tantas facetas! hahahaha

E que não me venham perguntar o que sou!!!

... disse...

Que saudade, Linda!
Tinha tempo que não aparecia por aqui...Bom teu texto me lembrou uma música do arnaldo antunes... Inclassificaveis! Com certeza somos um monte de coisa, e estamos o tempo todo mudando.. Deixamos os
rotulos para as embalagens! =]

beijinhos

O Silva disse...

vens ao brasil?