domingo, 24 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
De manha.
Acordei com colica. Daquelas de matar, sabe?
A angustia me atacou de novo. Eh estranha essa angustia fisica onde o peito nao doi, tampouco a consciencia. Essa angustia eh das pernas.
Nao eh tristeza; eh dor fisica, osso doendo. As pernas estao descansadas, relaxadas, mas ainda assim me matando.
Parece que algo se contrai la dentro, um musculo que existe dentro dos ossos, dentro do femur.
Desgraca.
Tomo 4 remedios diferentes, todos daquele tipo que diz: nao combinar com outra medicacao que contenha a subatancia X, e vou pra aula. Sentada no banco gelado da estacao, penso: New York, New York.
Nao sei o que isso quer dizer.
Vem um trem (que obviamente nao eh o meu) e faz um barulho descomunal e ensurdecedor. Penso: New York, New York.
Lembro-me do Escort quentinho, dos canteiros perto do Super Maia, dos bequinhos na rua do Indi (tanto o da Mariana Toti, quanto o da Flora e da Luiza); Me lembro do cheiro do almoco (que vinha da cozinha como feito por magica), da piscina (graciosa e imovel), da grama (mais verde que a do vizinho!).
Puta merda! Que frio!
Tenho passado mal com o frio, sabe?
Essa mudanca brusca de estar congelando e no minuto seguinte arrancar a roupa por causa do suor, ou ate de sentir frio e suar ao mesmo tempo (quando corro atrasada por essas ruas), tem me deixado tonta, enjoada, mais cansada.
Aula de teoria teatral. Discussao interessante sobre peca maravilhosa. Sala quentinha. Colica (como que por milagre) indo embora com o calor gostoso que me permite relaxar.
Anseio a chegada do verao como se a vida fosse mudar.
Os dias com certeza mudarao; mas a vida, na verdade, ja mudou!
Mando um beijo, soprado de minhas maos, coloco a bagagem nas costas e, confiando nas pernas angustiadas, me ponho de novo a caminhar.
Amo essa sensacao estranha como a propria vida. E eh como um prazer infinito assistir ao fim da angustia, magica do ser humano.
Por Anita Petry
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Em resposta de amor eterno (ao som de Belchior)
Saudades da minha amiga.
Sempre e tanta.
Saudade boa de tanta poesia.
Saudade boa de tanto sorriso.
Saudade de choro desenfreado que sabe que logo vai secar.
Saudade de tanta cumplicidade, parceria, sintonia!
Saudade de quem esta tao longe e tao perto, como ela mesma diz.
Saudade gostosa que me apresso em curtir.
Saudade gostosa que em breve se estanca.
Saudade em que me agarro agora.
Saudade que daqui a pouco se vai.
Vai, saudade!
Vai comer paella, tomar canas, mirar el cielo bonito de Madrid!
Eu vou; se ela quiser, que venha junto comigo.
Por Anita Petry
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
A música chegou.
Chegou a música do lado de cá,
Confortante aquela que não é de todo canto,
[do trem, do pátio, do Square]
Aquela que cala a gente,
Que silencia o monte.
Aquela que quebra
A quizumba do bonde.
A música do meu canto.
Iracema da América que sou.
Iracema que pena
Que segue, que ouve.
"Voa, Iracema!"
As palavras se perdem
As referências se esvaem
"Mas voa, menina!"
Agarra as raízes
Que assim elas não caem.
"Mira o céu!"
O mesmo céu de teus amores,
Mas olha pro chão; não tropeça!
Como é burra,
É burrinha.
Não faça assim, Iracema.
Vai-te com o vento.
Eu te mando a melodia atrás.
E prometo que chega a tempo.
Por Anita Petry
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